Publicado em 1902, o texto de Olavo Bilac enfatiza as mazelas da escravidão no Brasil ao
A escravidão
Esses meninos que aí andam jogando peteca não viram nunca um escravo… Quando crescerem, saberão que já houve no Brasil uma raça triste, votada à escravidão e ao desespero; e verão nos museus a coleção hedionda dos troncos, dos vira-mundos e dos bacalhaus; e terão notícias dos trágicos horrores de uma época maldita: filhos arrancados ao seio das mães, virgens violadas em plano, homens assados lentamente em fornos de cal, mulheres nuas recebendo na sua mísera nudez desvalida o duplo ultraje das chicotadas e dos olhares do feito bestial. […]
Mas a sua indignação nunca poderá ser tão grande como a daqueles que nasceram e cresceram em pleno horror, no meio desse horrível drama de sangue e lodo, sentido dentro do ouvido e da alma, numa arrastada e contínua melopeia, o longo gemer da raça mártir – orquestração satânica de todos os soluços, de todas as impressões, de todos os lamentos que a tortura e a injustiça podem arrancar a gargantas humanas.
Publicado em 1902, o texto de Olavo Bilac enfatiza as mazelas da escravidão no Brasil ao
a) descrever de modo impessoal as consequências da exploração racial sobre as gerações futuras.
b) contrapor a infância privilegiada das crianças da época à infância violentada das crianças escravizadas.
c) antecipar o futuro apagamento das marcas da escravidão no contexto social.
d) criticar a atenuação da violência contra os povos escravizados nas memórias retratadas pelos museus.
e) imaginar a reação de indiferença de seus contemporâneos com os escravizados libertos.