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ENEM 2023

Publicado em 1902, o texto de Olavo Bilac enfatiza as mazelas da escravidão no Brasil ao

A escravidão
Esses meninos que aí andam jogando peteca não viram nunca um escravo… Quando crescerem, saberão que já houve no Brasil uma raça triste, votada à escravidão e ao desespero; e verão nos museus a coleção hedionda dos troncos, dos vira-mundos e dos bacalhaus; e terão notícias dos trágicos horrores de uma época maldita: filhos arrancados ao seio das mães, virgens violadas em plano, homens assados lentamente em fornos de cal, mulheres nuas recebendo na sua mísera nudez desvalida o duplo ultraje das chicotadas e dos olhares do feito bestial. […]
Mas a sua indignação nunca poderá ser tão grande como a daqueles que nasceram e cresceram em pleno horror, no meio desse horrível drama de sangue e lodo, sentido dentro do ouvido e da alma, numa arrastada e contínua melopeia, o longo gemer da raça mártir – orquestração satânica de todos os soluços, de todas as impressões, de todos os lamentos que a tortura e a injustiça podem arrancar a gargantas humanas.
Publicado em 1902, o texto de Olavo Bilac enfatiza as mazelas da escravidão no Brasil ao
a) descrever de modo impessoal as consequências da exploração racial sobre as gerações futuras.
b) contrapor a infância privilegiada das crianças da época à infância violentada das crianças escravizadas.
c) antecipar o futuro apagamento das marcas da escravidão no contexto social.
d) criticar a atenuação da violência contra os povos escravizados nas memórias retratadas pelos museus.
e) imaginar a reação de indiferença de seus contemporâneos com os escravizados libertos.

Com a perda de parte da língua na infância, a narradora tenta voltar a falar

Passado muito tempo, resolvi tentar falar, porque estava sozinha me embrenhando na mesma vereda que Donana costumava entrar. Ainda recordo da palavra que escolhi: arado. Me deleitava vendo meu pai conduzindo o arado velho da fazendo carregado pelo boi, rasgando a terra para depois lançar grãos de arroz em torrões marrons e vermelhos resolvidos. Gostava do som redondo, fácil e ruidoso que tinha ao ser enunciado. “Vou trabalhar no arado.” “Vou arar a terra.”. “Seria bom ter um arado novo, esse arado tá troncho e velho.” O som que deixou minha boca era uma aberração, uma desordem, como se no lugar do pedaço perdido da língua tivesse um ovo quente. Era um arado torto, deformado, que penetrava a terá de tal forma a deixa-la infértil, destruída, dilacerada.
Com a perda de parte da língua na infância, a narradora tenta voltar a falar. Essa tentativa releva uma experiência que
a) reflete o olhar do pai sobre as etapas do plantio.
b) metaforiza a linguagem como ferramenta de lavoura.
c) explicita, na busca pela palavra, o medo da solidão.
d) confirma a frustação da narrado com relação à terra.
e) sugere, na ausência da linguagem, a estagnação do tempo.

O fator central que impacta a realização de práticas corporais/atividades físicas no tempo

O acesso às Práticas Corporais/Atividades Físicas (PC/AF) é desigual no Brasil, à semelhança de outros indicadores sociais e de saúde. Em geral, PC/AF prazerosas, diversificadas, mais afeitas ao período de lazer estão concentradas nas populações mais abastadas. As atividades físicas de deslocamento, trajetos a pé ou de bicicleta para estudar ou trabalhar, por exemplo, são mais frequentes na classe social menos favorecida. Aqui, há uma relação inversa e perversa entre variáveis socioeconômicos de acesso às PC/AF. As maiores prevalências de inatividade física foram em mulheres, pessoas com 60 anos ou mais, negros, pessoas com autoavaliação de saúde ruim ou muito ruim, com renda familiar de até quatro salários mínimos por pessoa, pessoas que desconhecem programas públicos de PC/AF e residentes em áreas sem locais públicos para a prática.
O fator central que impacta a realização de práticas corporais/atividades físicas no tempo de lazer no Brasil é a
a) diferença entre homens e mulheres.
b) inexistência de políticas públicas.
c) diversidade de faixa etária.
d) variação de condição étnica.
e) desigualdade entre classes sociais.

O fato relatado na notícia chama a atenção acerca da necessidade de reflexão sobre a relação entre o esporte

“Ganhei 25 medalhas em mundiais, sete em Jogos Olímpicos, e sou uma sobrevivente de abuso sexual.” Foi assim que Simone Biles se apresentou ao comitê do Senado norte-americano que investiga as supostas falhas do FBI no caso Larry Nassar. Biles e outras três atletas, vítimas dos abusos do ex-médico da equipe de ginástica feminina dos EUA, exigiram que os agentes de investigação sejam processados por falta de ação prévia contra Nassar, agora preso. Biles esclareceu que culpa Larry Nassar e “todo o sistema que o permitiu e o perpetrou”, acusando a Federação de Ginástica e o Comitê Olímpico dos Estados Unidos de saberem “muito antes” que ela havia sofrido abusos. A melhor ginasta do mundo é um ícone. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, uma lesão psicológica a impediu de competir como previa. No entanto, ela chegou ao topo como uma líder no trabalho de acabar com o preconceito com os problemas mentais de saúde mental. “Não quero que nenhum atleta olímpico sofra o horror que eu e outras centenas suportamos e continuamos suportando até hoje”, afirmou.

O fato relatado na notícia chama a atenção acerca da necessidade de reflexão sobre a relação entre o esporte e

a) o desempenho atlético internacional.

b) a dimensão emocional dos atletas.

c) os comitês olímpicos nacionais.

d) as instituições de inteligência.

e) as federações esportivas.

No texto, os limites do potencial inclusivo do esporte são dados pela

A neozelandesa Laurel Hubbard fez história nos Jogos Olímpicos. Apesar de ter ficado de fora da disputa por medalhas, a levantadora de peso deixou sua marca na edição de Tóquio por ser a primeira mulher abertamente transgênero a participar de uma competição olímpica. No início da carreira, na década de 1990, a neozelandesa participava de disputas na categoria masculina. Em 2001, aos 23 anos, ela se afastou da atividade. “A pressão de tentar me encaixar em um mundo que talvez não tenha sido feito para pessoas como eu se tornou um fardo muito grande para suportar.”. Em 2012, Laurel começou sua transição de gênero por meio de terapias hormonais e, em 2013 declarou abertamente ser uma mulher trans. Para o Comitê Olímpico Internacional, a participação de mulheres trans nos Jogos é permitida caso o nível de testosterona, hormônio que aumenta a massa muscula, esteja abaixo de 10 nanomols por litro por pelo menos 12 meses.
No texto, os limites do potencial inclusivo do esporte são dados pela
a) dificuldade de conseguir bons resultados esportivos.
b) dependência de características biológicas padronizadas.
c) inexistência de uma categoria para pessoas transgênero.
d) necessidade de afastamento temporário das competições.
e) impossibilidade de uso controlado de substâncias exógenas.

A notícia trata da mudança ocorrida em um dicionário da língua portuguesa

A petição on-line criada por um cidadão paulista surtiu efeito: casado há três anos com seu companheiro, ele pedia a alteração da definição de “casamento” no tradicional dicionário Michaelis em português. Na definição anterior, casamento aparecia como “união entre homem e mulher” e “união legal entre homem e mulher, para constituir família”.
O novo verbete não traz em nenhum momento as palavras homem ou mulher – agora a definição de casamento se refere a “pessoas”.
Para o diretor de comunicação do site onde a petição foi publicada, a iniciativa mostra a “eficiência da mobilização”. “Em dois dias, mudou-se uma definição que permanecia a mesma há décadas”, afirma. E conclui: “A plataforma serve para todos os tipos de causas, para as mudanças que importam para as pessoas.”.
A notícia trata da mudança ocorrida em um dicionário da língua portuguesa. Segundo o texto, essa mudança foi impulsionada pela
a) inclusão de informações no verbete.
b) relevância social da instituição casamento.
c) utilização pública da petição pelos cidadãos.
d) rapidez na disseminação digital do verbete.
e) divulgação de plataformas para a criação de petição.

O objetivo desse texto é Dignidade à saúde do idoso

Carta aberta à população brasileira
Prezados Cidadãos e Cidadãs,
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. Infelizmente, nosso país ainda não está preparado para atender às demandas dessa população.
Esse é o retrato da saúde pública no brasil, que, apesar dos indiscutíveis avanços, apresenta um cenário de deficiência e falta de integração em todos os níveis de atenção à saúde: primaria (atendimento deficiente nas unidades de saúde da atenção básica), secundária (carência de centros de referência com atendimento por especialistas) e terciária (atendimento hospitalar com abordagem ao idoso centrada na doença), ou seja, não há, na prática, uma rede de atenção à saúde do idoso.
Diante desse cenário, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) vem a público manifestar suas preocupações com o presente e o futuro dos idosos no Brasil. É preciso garantir a saúde como direito universal.
Esperamos que tanto nossos atuais quanto os futuros governantes e legisladores reflitam sobre a necessidade de investir na saúde e na qualidade de vida associada ao envelhecimento.
Dignidade à saúde do idoso!
Rio de Janeiro, 15 de setembro de 2014.
O objetivo desse texto é
a) sensibilizar o idoso a respeito dos cuidados com a saúde.
b) alertar os governantes sobre os cuidados requeridos pelo idoso.
c) divulgar o trabalho da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
d) Informar o setor público sobre o retrocesso da legislação destinada à população idosa.
e) chamar a atenção da população sobre a qualidade dos serviços de saúde pública para o idoso.

Essa campanha publicitária do Ministério da Saúde visa

Essa campanha publicitária do Ministério da Saúde visa
a) divulgar um conjunto de benefícios proporcionados pela amamentação.
b) apresentar tratamentos para infecções respiratórias em bebês.
c) defender o direito das mulheres de amamentar em público.
d) orientar sobre os exercícios para uma boa amamentação.
e) informar sobre o aumento de anticorpos nas mães.

Esse é um trecho discurso de Rui Barbosa na Academia Brasileira de Letras em homenagem

Mestre e companheiro, disse eu que nos íamos despedir. Mas disse mal. A morte não extingue: transforma; não aniquila: renova; não divorcia: aproxima. Um dia supuseste “morta e separada” a consorte dos teus sonhos e das tuas agonias, que te soubera “pôr um mundo inteiro no recanto” do teu ninho; e, todavia, nunca ela te esteve mais presente, no íntimo de ti mesmo e na expressão do teu canto, no fundo do teu ser e na face de tuas ações. Esses catorze versos inimitáveis, em que o enlevo dos teus discípulos resume o valor de toda uma literatura, eram a aliança de ouro do teu segundo noivado, um anel de outras núpcias, para a vida nova do teu renascimento e da tua glorificação, com a sócia sem nódoa dos teus anos de mocidade e madureza, da florescência e frutificação de tua alma. Para os eleitos do mundo das ideias a miséria está na decadência e não na morte. A nobreza de uma nos preserva das ruínas da outra. Quando eles atravessavam essa passagem do invisível, que os conduz à região da verdade sem mescla, então é que entramos a sentir o começo do seu reino, o reino dos mortos sobre os vivos.
Esse é um trecho discurso de Rui Barbosa na Academia Brasileira de Letras em homenagem a Machado de Assis por ocasião de sua morte. Uma das características desse discurso de homenagem é a presença de
a) metáforas relacionadas à trajetória pessoal e criadora do homenageado.
b) recursos fonológicos empregados para a valorização do ritmo do texto.
c) frases curtas e diretas no relato da vida e da morte do homenageado.
d) Contraposição de ideias presentes na obra do homenageado.
e) seleção vocabular representativa do sentimento de nostalgia.

Esse anúncio publicitário, veiculado durante o contexto da pandemia de covid-19, tem por finalidade

Esse anúncio publicitário, veiculado durante o contexto da pandemia de covid-19, tem por finalidade
a) divulgar o canal telefônico de atendimento a casos de violência contra a mulher.
b) informar sobre a atuação de uma entidade defensora da mulher vítima de violência.
c) evidenciar o trabalho da Defensoria Pública em relação ao problema do abuso contra a mulher.
d) alertar a sociedade sobre o aumento da violência contra a mulher em decorrência do coronavírus.
e) incentivar o público feminino a denunciar crimes de violência contra a mulher durante o período de isolamento.